Educação Inclusiva

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Documentário: "Som e Fúria"

O documentário “Som e Fúria” fala sobre a surdez e a cultura de pessoas surdas como, por exemplo, a linguagem dos sinais.
Duas famílias ficaram em evidência. Em uma delas a mãe, o pai e a filha mais velha eram ouvintes enquanto que os avós maternos eram surdos. Nessa família havia nascido uma criança, também surda. Na outra família todos eram surdos, dos avós ate os filhos, passando por tios, tias, primos, etc, com exceção dos avós paternos.A primeira família estava cogitando utilizar-se de um implante coclear para devolver a audição do recém nascido.
Em uma quantidade razoável de casos, se o implante for realizado a tempo (de preferência com a pessoa ainda criança) ele consegue devolver a audição. Em alguns casos fica perfeito, em outros a pessoa fala e ouve com alguma dificuldade. O implante e feito bem atrás de uma das orelhas, onde a pessoa pluga um fio que segue ate um aparelho que fica preso geralmente à cintura, que envia os sons à pessoa. Sem esse aparelho a pessoa continua surda.
Como a criança tinha apenas onze meses e se enquadrava no tipo de surdez que o implante resolvia as chances dela não ser mais surda eram grandes.
Na outra família a filha mais nova, já com cinco anos, passou a querer o implante. Por morarem em uma comunidade de ouvintes ela não se relacionava bem na escola e com os amiguinhos. Sentia-se excluída. Apos os exames os médicos concluíram também que ela poderia recuperar quase toda a audição com o implante.
Entre essas duas crianças e seu implante existiam pessoas. E ideais. Os avós e toda a comunidade surda amiga dos avós maternos da primeira filha passaram a condenar a mãe por buscar o implante. Diziam que ela não aceitava a surdez, que achava que eles eram inferiores por serem surdos. A mãe da criança surda enfatizava que não achava que ninguém era melhor que ninguém.
Na segunda família fez-se muita pesquisa. Foram a escolas de crianças implantadas conferir como essas crianças se desenvolviam. Para surpresa as crianças implantadas, também com cinco anos mais ou menos, falavam perfeitamente. Não fosse o aparelho atrás da orelha, muito discreto por sinal, ninguém diria que elas eram surdas. Nessa escola encorajava-se que falassem com a boca e não por sinais, para treinar a dicção e a audição. Foram também visitar uma outra família, inteira ouvinte, que havia tido uma filha, também com cinco anos, implantada. A mãe dessa segunda família decidiu então implantar a si mesma e ver como se saia, antes de tomar tal passo com a filha. Infelizmente implantes realizados já em um estágio tão adulto acabam não ficando bons. O adulto passa a ouvir, mas não compreende os sons como palavras. O cérebro não aprende mais. Isso frustrou muito essa mãe, que desistiu do implante para si mesma. A partir dai seu comportamento mudou radicalmente. Ela passou a não querer o implante também para a filha. Dizia, juntamente com o marido, que isso mudaria a identidade da sua filha. Diziam que ela esqueceria da cultura surda e que não se comunicaria mais com sua família ou com outros surdos usando sinais. Decidiram então que ela não faria o implante. A filha, quando comunicada, perguntou porque; a mãe explicou que não era necessário, que ela já era perfeita como era e não precisaria daquilo. Dizia que o pai era surdo e tomava decisões importantíssimas no trabalho, mostrando que essa necessidade não limitava ninguém.
No fim a família mudou-se para um estado nos Estados Unidos onde existe uma grande comunidade surda.

2 Comentários:

  • Às 30 de maio de 2010 às 06:44 , Blogger Unknown disse...

    MUITO BEM COLOCADO,AS PALAVRAS NESTE DOCUMENTARIO,REALMENTE AS PESSOAS SURDAS PRECISAM DESTE ESCLARECIMENTO A RESPEITO DO IMPLANTE,SE ELES CONSEGUEM SE COMUNICAR COM SINAIS PRA QUE FICAR SE TRASPLANTANDO...

     
  • Às 28 de setembro de 2010 às 11:32 , Blogger Elaine Pereira disse...

    O implante abre uma nova possibilidade, talvez desconhecida aos surdos adultos, pela impossibilidade de se beneficiarem deste recurso. No entanto a perda da identidade seria um outro extremo de uma realidade, muito mais vivenciada pelos pais que pela criança cuja identidade ainda está em formação. Afinal o implante não retira a criança da condição de surda, só lhe dá a oportunidade de captar melhor os sons e em decorrencia desenvolver uma linguagem oral. Ela não deixaria de se comunicar com os pais por adquirir a oralidade, uma vez que já tem o conhecimento da linguagem dos sinais. Poderia ser uma criança bi-lingue.

     

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